Estudo detalhado aborda impacto da doença, eficácia de fungicidas e o momento ideal de aplicação para garantir a produtividade.
A mancha de Bipolaris (causada pelo fungo Bipolaris spp.) é uma preocupação crescente para os produtores de milho safrinha no Brasil, com surtos epidêmicos em importantes regiões produtoras que limitam o potencial produtivo. Um novo estudo aprofundado, resultado de uma rede nacional de pesquisa cooperativa conduzida em oito estados brasileiros entre 2020 e 2024, lança luz sobre a eficácia do controle da doença e as melhores práticas para mitigar seus danos.
A pesquisa, com o apoio de diversas instituições de forma cooperativa, revelou que a mancha de Bipolaris pode causar prejuízos significativos na produtividade, variando de 10% a 80%. Para cada 1% de aumento na severidade da doença, ocorre uma redução média de 0,78% na produtividade, o que pode representar perdas consideráveis. O estudo enfatiza a importância de quantificar esses danos para justificar o uso rentável de fungicidas.
Eficácia de Fungicidas e Momento Certo da Aplicação:
A metanálise de 15 tratamentos fungicidas indicou que a eficácia no controle da doença variou de 28,9% a 64,8%. Fungicidas em mistura, como fluxapiroxade + piraclostrobina e protioconazol + bixafen + trifloxistrobina, apresentaram níveis de controle superiores a 60%, sendo estatisticamente mais eficazes do que alguns produtos de ingrediente único. A maioria das misturas alcançou eficácia entre 55% e 60%, protegendo a produtividade em até 1.500 kg/ha. No entanto, o estudo alerta para a necessidade de cautela ao depender exclusivamente de fungicidas e recomenda o uso de misturas para mitigar o risco de resistência dos fungos.
Um dos pontos cruciais destacados pela pesquisa é o momento da aplicação. Experimentos conduzidos em Londrina, PR , demonstraram que a aplicação de fungicidas iniciada no estádio V6 da cultura do milho foi a mais eficiente no controle da mancha de Bipolaris. O atraso na aplicação pode gerar reduções significativas na produtividade (719 kg/ha por aplicação atrasada, ou 51 kg/ha por dia de atraso no início do controle).
As conclusões reforçam a importância da aplicação antecipada de fungicidas (iniciada no estádio V6 ou antes) e a manutenção do controle até o final do ciclo da cultura para minimizar perdas econômicas. O estudo ressalta ainda que, embora a aplicação se torne economicamente viável a partir de 1,26% de severidade média da doença, a baixa percepção visual a campo sugere a adoção de estratégias de aplicação preventiva.
Esta importante pesquisa foi conduzida por uma equipe de pesquisadores de diversas instituições, incluindo IDR-Paraná, UFV e UEL, entre outros.
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