EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE MÚLTIPLO DE DOENÇAS FOLIARES DO MILHO segunda safra 2020

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE MÚLTIPLO DE DOENÇAS FOLIARES DO MILHO segunda safra 2020

O milho (Zea mays) é um dos principais cereais cultivados no mundo. Esta commodity se destina principalmente à composição de rações para animais, consumo humano e, mais recentemente, à geração de etanol. Estados Unidos, China e Brasil são responsáveis por aproximadamente 65% da produção mundial. No entanto, apenas o Brasil é capaz de cultivar o milho em duas safras consecutivas em um mesmo ano, conhecidas como milho primeira safra e segunda
safra (safrinha). Em ambas as safras, no período 2019/2020 foram produzidas aproximadamente 103 milhões de toneladas do cereal, provenientes de 19 milhões de hectares (CONAB, 2020). Na primeira safra, foram produzidas em torno de 26 milhões de toneladas em 4,2 milhões de hectares e, na segunda safra, próximo de 77 milhões de toneladas em 14,8 milhões de hectares (CONAB, 2020). Além disso, as projeções do agronegócio milho são de expansão crescente no país nas próximas décadas, impulsionada pela segunda safra.

O potencial produtivo das lavouras de milho é fortemente influenciado pela ocorrência de severas epidemias de múltiplas
doenças foliares, especialmente em híbridos suscetíveis (MUELLER et al., 2013; MUNKVOLD; WHITE, 2016; WISE et al., 2016). Devido, sobretudo, ao aumento dos cultivos de segunda safra, epidemias de mancha branca, mancha de cercóspora, mancha de túrcicum, mancha de Bipolaris maydis e ferrugem políssora se tornaram típicas.

Atualmente, estas doenças foliares endêmicas, de ocorrência múltipla e distribuição mais generalizada em lavouras, limitam a produção sustentável do milho (REIS; CASA; BRESOLIN, 2004; FANTIN; DUARTE, 2009; CUSTÓDIO et al., 2019).

A resistência genética é a mais efetiva e utilizada medida de controle das doenças do milho (MUELLER et al., 2013; WISE et al., 2016). No entanto, embora altos níveis de resistência às principais doenças foliares possam ser encontrados entre os híbridos comerciais, raramente um híbrido apresentará resistência múltipla a todas estas doenças, nos diferentes grupos de maturidade fisiológica. Frequentemente, híbridos são comercializados com adequados níveis de resistência para prevenir perdas significativas causadas por doenças potencialmente importantes em uma área geográfica específica, exceto sob condições ambientais ideais para o desenvolvimento de severas epidemias (MUNKVOLD; WHITE, 2016). Ainda, os tipos e níveis de resistência genética às doenças foliares necessários para proteger um híbrido cultivado em regiões mais frias e úmidas, como no bioma Mata Atlântica, são significativamente diferentes daqueles necessários para proteger um híbrido cultivado em regiões semiáridas, quentes e secas, como
as do bioma Caatinga ou em regiões quentes e úmidas, como as do bioma Cerrado. Assim, alguns híbridos cultivados em regiões específicas e comercializados por apenas poucos anos podem ter sua suscetibilidade desconhecida às doenças foliares de menor ocorrência, mas que potencialmente ocasionam danos (MUNKVOLD; WHITE, 2016).

A frequência do uso de fungicidas em lavouras comerciais de milho tem aumentado nos últimos anos. Além do  significativo aumento do potencial produtivo dos híbridos comercializados, em parte, isso ocorreu devido aos altos preços do grão no mercado internacional (MUELLER et al., 2013, WISE et al., 2016). No Brasil, como estes fungicidas também são empregados para controlar a ferrugem asiática em lavouras de soja, em mais de 35 milhões de hectares, houve aumento da oferta de produtos no mercado nacional. Consequentemente, também houve redução dos preços dos fungicidas fabricados pelas empresas de defensivos agrícolas, viabilizando sua utilização em lavouras comerciais de milho segunda safra (FANTIN; DUARTE, 2009).

Após a implantação da cultura, o uso de fungicidas no controle múltiplo de doenças foliares do milho segunda safra é uma realidade no Paraná (CUSTÓDIO et al., 2019). No Brasil, este também é um dos principais métodos de controle empregados para proteger o potencial produtivo de híbridos nos estádios fenológicos vegetativos e reprodutivos.

Portanto, este trabalho objetivou conhecer a eficiência de controle e o ganho de produtividade resultantes do uso racional dos fungicidas atualmente registrados para o controle múltiplo de doenças foliares do milho tropical brasileiro.

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Data

25 Outubro 2021

Categorias

Milho, Ano 2020

Bestie

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